estojo de madeira merendeira
espadinha de plástico para a vitória alcançar
esqueceram de mim na sessão da tarde
pipoca guaraná muito doce pra viver
no resta um ficaram três dessa vez
Pererê Luluzinha Cebolinha esperam
no caderno encapado tem para casa a fazer
tabuada conta reconta no ábaco colorido
na vitrola cantam quadrinhas e um refrão
roda pião empina papagaio pega vareta
demora julho demoram férias frio diversão
invejo o Pimentinha passeando em Nova York
fim de semana fitas para alugar
após a missa pique pega na praça da estação
Abacatinho pastel de queijo
quermesse fogueira correio do amor
numa folha qualquer não desenhei com Faber-Castell
à mesa cotocos de lápis Labra giz de cera aquarela
broa canudinho bolo de coco ralado
no viveiro periquitos multicores desaprendem a voar
mirante trilhos dormentes o trem a tardar
mais um álbum preenchido bola peteca vou ganhar
quebra-cabeças a irmã misturou
no tapete Comandos a batalhar
tique-taque tique-taque
heróis japoneses chegam ao canal 9
hoje à noite será o Cid Moreira a anunciar
quem matou Odete Roitman?
caldo Maggi na cozinha a esfriar
a coca perdeu o gás o disco arranhou
o tubo de Kolynos sem tampa na pia
na rua ronca o velho motor Chevrolet
da serra desceu um friozinho
veio vindo vindo passou pela praça
cruzou o Xopotó parou na varanda da casa
que tinha na fronte inscrito “Lar Santa Ifigênia”
faminto feito o lobo bateu à porta o tempo
a infância enroscou amarrou no saco preto
levou-a para o longe longe longínquo...
ficaram memórias e um tantão de saudade.
...tempo ...tempo que passa, repassa e na sua " volta e meia" ... repovoa a nossa memória...
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