Sobre a mesa, R$24,00 trocados para
pagar o moço do queijo. Em volta, e até no chão, restos da borracha que ainda a
pouco apagou bobagens sentimentais. Quase todo dia me lembro do Patralhão:
baboseira, baboseira, baboseira... é só o que escrevo ultimamente. Resultado de
um coração em frangalhos. Pandemia, home-office, obituários, outono...
Nada anda: o computador tropeça na
memória abarrotada de arquivos inúteis, o sistema cai – por consequência, a
produtividade. A internet, como o bêbado equilibrista da canção, vai-não-vai;
fico sem saber onde estou.
O canto de Maria ecoa pela casa. No
vizinho, alguém fura a parede. Segundo o infalível D.I.V.A (Departamento de
Investigação da Vida Alheia), estão instalando internet. A dúvida paira no ar, densa
e incômoda como as fumaças de agosto: como ele conseguiu viver até agora sem
internet?! Em breve, os agentes infiltrados do D.I.V.A hão de descobrir...
A brisa não refresca o início de
abril. O caminhão do Abacatinho por pouco não se choca com o táxi que entrou na
contramão. Sem recôncavos e reconvexos, arrasto o viver esperando, ao menos,
concluir o alvará que, pela terceira vez, um chatonildo me pediu pelo WhatsApp.
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