Minas Gerais
completa 300 anos. A História registra: em 02 de dezembro de 1720, através do
Alvará Régio de Dom João V, houve o desmembramento das capitanias de São Paulo
e Minas. Era a época do descobrimento do ouro e o monarca, atendendo às
recomendações do Conselho Ultramarino, autorizou a instalação da organização
administrativa no território mineiro. Para não passar em branco a data, um
poema de minha lavra. Não tão rico quanto as “Minhas” Gerais, sequer tão
faustoso quanto suas igrejas e cidades históricas. Contudo, um poema. Pode não
estar à altura do “estado diamante”, mas foi feito de coração, uai.
Minas do ouro
e das ladeiras históricas.
Minas das cachoeiras,
dos vales
das serras
cortadas pela estrada de ferro:
trem a levar
gente, mercadoria
nossas riquezas
minerais.
Minas do leite, café, gado, da cana.
Minas,
infelizmente, da Vale e suas barragens:
muitos mortos
no Bento, em Brumadinho
nas veredas e
sertões esquecidos.
Minas do
Paraíba do Sul, Doce e Xopotó
também esquecidos
pelas autoridades, por nós.
Minas do povo
hospitaleiro e pacato
- às vezes
pacato demais da conta, sô.
Minas das
vendas a vender Abacatinho, broa
pão de queijo,
caldo de cana, docin de leite
pinguinha da
boa, adonde se bate papo
sem às horas
se atentar.
Minas do Skank
e Jota Quest
do Clube da
Esquina, do Lô.
Minas do
Milton “Bituca” Nascimento:
musicalidade entranhada
n’alma.
Saravá, Clara
guerreira Nunes!
Minas de Ari
Barroso, Nelson Ned e Pelé
do trapalhão Zacarias,
a alegrar minha meninice.
Minas dos
arraiás e festas de São João.
Minas da modas
boa de viola e violão.
Salvem o Menino da Porteira, o arcadismo
o barroco dos Mestres Aleijadinho e Ataíde.
Minas é a poesia
de Drummond, Conceição Evaristo,
da minha
conterrânea Vanete de Barros.
Minas é a
prosa de Guimarães Rosa, Luiz Ruffato
Zuenir Ventura,
Bernardo Guimarães.
Minas são as crônicas
do Sabino, do Afonso Romano
as travessuras
do Ziraldo, nosso eterno Maluquinho.
Minas das
bandas de música e filarmônicas
- um saudoso
viva ao Maestro Altamir da Rocha –
Minas do Conservatório
Prof. Theodolindo José Soares
deixando sempre meus dias mais melódicos.
Minas dos
anjinhos a coroar a Virgem
nas noites
frias de maio.
Minas do trem
bão, do uai.
Minas de Santos
Dumont, Chica da Silva,
Tiradentes, Dona Beja, Itamar,
JK.
Minas, meu
berço, minha estação.
Minas celebra
300 anos de luta,
gana,
tradição, glória
muita história.
Em Terras Gerais deixei um pedaço do meu coração..
ResponderExcluirAbraços poéticos!
Em Terras Gerais deixei um pedaço do meu coração..
ResponderExcluirAbraços poéticos!